Um Futuro para os Peixes-Boi

Atualmente, o Pará conta com apenas três centros operacionais para receber e tratar peixes-boi: o ZooUNAMA, em Santarém, o Centro de Triagem de Animais Silvestres na UFRA, em Belém, e o Hospital Veterinário da UFPA, em Castanhal. A maior parte dos animais em cativeiro está hoje sob os cuidados do ZooUNAMA.

Devido à alta incidência de encalhes de peixes-boi no estado, é comum que esses animais fiquem sob a responsabilidade das secretarias municipais de meio ambiente. O problema é que, na maioria das vezes, esses órgãos não possuem profissionais qualificados nem a infraestrutura adequada para o atendimento e manejo especializado que os peixes-boi exigem. Essa falta agrava a situação e compromete seriamente a sobrevivência dos indivíduos resgatados.

A Urgência de Polos Regionais de Reabilitação

Diante desse cenário crítico, a implantação de polos regionais de reabilitação, aclimatação e soltura no Pará é uma medida urgente. As regiões da Floresta Nacional de Caxiuanã (Melgaço) e da Reserva Extrativista Marinha de Soure (Ilha de Marajó) mostram grande potencial para abrigar essas estruturas. Isso se deve à proximidade com áreas de alta incidência de encalhes e à existência de unidades de conservação federais com infraestrutura básica ligada ao ICMBio, o que facilita sua adaptação aos objetivos do projeto.

A criação desses polos permitirá ações integradas de resgate, estabilização clínica, manutenção, aclimatação e soltura dos peixes-boi. Isso não só contribuirá diretamente para a recuperação das populações naturais, mas também reduzirá a sobrecarga das estruturas já existentes. Com essa nova capacidade, os centros atuais poderão atuar de forma complementar e emergencial, apoiando até mesmo outras regiões do país que não dispõem de instalações similares.