Conheça o projeto

O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi concebido a partir da identificação, por parte do Ibama, da necessidade premente de sistematizar e otimizar os resgates de peixes-boi na região.

Hoje, o Pará revela um panorama desafiador: um elevado número de peixes-boi resgatados e em processo de reabilitação estão sendo mantidos em recintos inadequados e superlotados. Soma-se a isso a escassez de infraestrutura de apoio para a soltura dos animais já aptos para retornar à natureza.

Desenvolvido pela TGS, o Projeto surge como uma solução para a carência de estrutura operacional e a limitação de recursos dedicados às etapas de resgate, reabilitação, soltura e monitoramento pós-soltura desses mamíferos aquáticos, cuja população já apresenta evidentes sinais de declínio.

Mais do que atuar de forma imediata na mitigação dos impactos sobre a espécie, este projeto também se dedica a gerar conhecimento técnico-científico, impulsionar a educação ambiental e qualificar tanto profissionais quanto comunidades locais para a conservação eficaz e duradoura dos peixes-boi.

Descubra nossas iniciativas

O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Pará visa proteger as espécies Trichechus inunguis e Trichechus manatus, além de seus híbridos. Para isso, atua desde o resgate e reabilitação até a soltura e monitoramento desses animais. Ações de educação ambiental são parte essencial do projeto, buscando sensibilizar e engajar a sociedade na proteção dessas espécies.

Estruturas do Projeto

O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi planejado para operar com sete estruturas essenciais ao recebimento, estabilização, reabilitação e aclimatação dos peixes-boi, visando a soltura. Atualmente, cinco dessas unidades já estão em pleno funcionamento.

Pesquisa, Educação e Desenvolvimento Sustentável

O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Pará vai além do resgate e reabilitação. Ele também inclui o desenvolvimento de estudos aprofundados sobre o comportamento, a distribuição e a ocorrência de híbridos entre o Trichechus manatus e o T. inunguis. Esse fenômeno já foi registrado em áreas de contato entre as espécies, como a Ilha de Marajó. Entender esses aspectos é crucial para embasar decisões de manejo e soltura de híbridos, garantindo que estejam alinhadas às diretrizes científicas e normativas atuais.

O Desafio da Conservação dos Peixes-Boi no Brasil

Popularmente, o termo “peixe-boi” refere-se aos mamíferos aquáticos da ordem Sirenia, todos da família Trichechidae. No Brasil, encontramos duas espécies: o peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis), endêmico da bacia amazônica, e o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus), que habita as áreas costeiras e estuarinas do litoral norte e nordeste, incluindo o estado do Pará

Peixes-Boi na Região Amazônica: Uma Ocorrência Singular

A costa norte do Brasil é única por abrigar duas espécies de peixe-boi na mesma região: o peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis) e o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus). Pesquisas mostram que o peixe-boi-da-Amazônia se distribui amplamente pelo estuário amazônico, do Amapá até a parte continental do Pará, incluindo a Ilha de Marajó. Já o peixe-boi-marinho tem uma distribuição que parece separada, com registros concentrados na costa do Amapá (ao norte do Cabo Norte) e na foz do rio Mearim, no Maranhão.
Filhote de peixe-boi é resgatado em Santa Cruz do Arari, no Pará

Um Futuro para os Peixes-Boi

Atualmente, o Pará conta com apenas três centros operacionais para receber e tratar peixes-boi: o ZooUNAMA, em Santarém, o Centro de Triagem de Animais Silvestres na UFRA, em Belém, e o Hospital Veterinário da UFPA, em Castanhal. A maior parte dos animais em cativeiro está hoje sob os cuidados do ZooUNAMA.

O Instituto Bicho D’agua

O Instituto Bicho D’água: Conservação Socioambiental foi fundado em 2013 por uma equipe com mais de uma década de experiência em biologia da conservação de mamíferos aquáticos da Amazônia. Essa equipe, que atuava anteriormente vinculada ao Museu Paraense Emílio Goeldi (GEMAM/MPEG), sentiu a necessidade de criar uma instituição do terceiro setor para dar continuidade aos seus trabalhos. A formação do Instituto ocorreu durante a execução do Projeto Bicho D’água, que recebeu patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental (2011-2014).