O Instituto Bicho D’água iniciou, nesta quinta-feira (27/6), o monitoramento de praias e as ações de sensibilização e educação ambiental na Ilha de Marajó, no norte do estado do Pará.

Participaram da atividade, realizada nas praias do Céu, Caju-una e Pesqueiro, no município de Soure, quatro profissionais: dois biólogos, um médico veterinário e um estudante de biologia. Foram encontrados dois botos-cinza. O primeiro era apenas um crânio e outro era um espécime em estágio avançado de decomposição.

“Registramos um crânio de boto-cinza (sotalia guianensis) na Praia do Céu, Soure e um outro boto-cinza em estágio avançado de decomposição na Praia do pesqueiro, ambas localizadas no município de Soure, na Ilha de Marajó”, conta Renata Emin, bióloga e coordenadora técnica do Instituto Bicho D’água.

De acordo com a bióloga, o estágio avançado de decomposição tornou difícil avaliar a causa do encalhe dos animais. “Por isso é que o monitoramento de praia e o fortalecimento da rede de informações junto às comunidades pesqueiras da região é tão importante”, explica a bióloga.

O próximo monitoramento será realizado na semana que vem, em Algodoal, noroeste do estado do Pará. A partir daí, serão realizados monitoramentos quinzenais em ambas as áreas.

A iniciativa faz parte do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos, exigência estabelecida no processo de licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA para a pesquisa e levantamento de dados geológicos nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

Durante a execução do projeto, uma equipe composta por biólogos, médicos veterinários, e estudantes de biologia irão percorrer periodicamente os trechos de praias da Ilha de Marajó para realizar o monitoramento de encalhes.

“Além do esforço físico, as praias que são recortadas por igarapés e a dinâmica de macro marés representam um desafio a mais ao trabalho realizado”, explica Renata.

“Esperamos ampliar o conhecimento sobre as espécies de cetáceos que ocorrem na Costa do Pará. Adicionalmente, entender a dinâmica espacial e temporal de encalhes de mamíferos, aves e tartarugas marinhas, e as principais causas dos encalhes”, afirma.

Segundo a bióloga, em uma situação de encalhe de animais marinhos, a primeira coisa a se fazer é avisar às instituições responsáveis sobre o ocorrido.

O Instituto Bicho D’água mantém um Disque-Encalhe, para ocorrências em que sejam avistados animais marinhos encalhados no Pará, Leste da Ilha do Marajó até Salinópolis. O número é (91) 98226-5005.

Ao entrar em contato, é importante detalhar o maior número de informações, enviando, se possível, fotos e vídeos, localização e pontos de referência, pois os profissionais que irão atuar no caso precisam ter total conhecimento da situação.

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