Pesquisadores do projeto BioMA e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) identificaram um filhote de boto com aproximadamente um mês de vida em Mocajuba, região Nordeste do Pará.

O nascimento de mais um filhote – da espécie Inia araguaiaensis (boto-do-Araguaia), listada como ameaçada de extinção – foi comemorado pelos pesquisadores, que, pelos próximos dias, vão acompanhar de perto o comportamento do bebê e da mãe.

O filhote foi encontrado próximo ao Mercado Municipal de Mocajuba, onde todas as manhãs botos são alimentados por populares. Essa interação virou atrativo turístico na região e é motivo de preocupação para biólogos e veterinários.

“Daí, a importância do monitoramento nesse período, por conta do maior fluxo de turistas ocasionado pelas férias”, explica Angélica Rodrigues, bióloga do BioMA.

Segundo a bióloga, a vulnerabilidade da espécie, na região, se dá, principalmente, pelas interações negativas com atividades pesqueiras, mas pesa ainda o fato de os botos serem cercados pelo imaginário popular.

“A mística que paira no universo das lendas ainda influencia muito. Ainda tem muita demanda pela compra de produtos. Tanto na capital quanto no interior do estado é possível encontrar venda de pele, unguentos para fins medicinais, amuletos. São produtos que não ficam tão à mostra, para evitar fiscalização, mas ainda existe muita procura”.

A equipe de biólogos e veterinários do Bioma está na cidade desde o fim de semana para fazer o monitoramento e avaliação da saúde dos botos encontrados na região. A coordenadora do BioMa destaca a importância da melhoria da infraestrutura a partir da atuação no projeto PAMA.

“O suporte que estamos recebendo está sendo fundamental para ampliar o atendimento em outras localidades onde já atuávamos “, explica.

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