A bióloga Andressa Martins tem 38 anos. Nasceu em Santos, São Paulo. Desde 2019 trabalha em projetos ambientais, como MMO, sigla em inglês para Marine Mammal Observer ou Observador de Mamíferos Marinhos.

No Brasil, o MMO é o profissional responsável pela implementação e execução do Programa de Monitoramento da Biota Marinha (PMBM) exigido pelo IBAMA como condicionante de Licença de Pesquisa Sísmica (LPS) com o objetivo de mitigar os impactos ambientais dessa atividade em mamíferos e quelônios marinhos.

Andressa conta que já passou mais de 500 dias embarcada, vivenciando vários avistamentos, principalmente na temporada das baleias Jubarte, entre julho e outubro, quando o número de espécies aumenta no litoral brasileiro.

“Minha primeira avistagem foi uma tartaruga. Eu acredito que tenha sido na Bacia de Campos ou na Bacia de Santos. Comecei no mais difícil, porque pelo tamanho do animal não é tão fácil a avistagem e nesse momento tem um pouco de adrenalina porque se o animal está dentro da área, nós mandamos um comando no rádio e eles desligam as air guns na mesma hora por causa do animal”, conta.

“As avistagens têm um misto de emoção e dever cumprido, afinal quando os animais entram na área dos 1000m as operações são interrompidas até os animais saírem da área de exclusão”, explica.

A bióloga faz parte da equipe ambiental da Environpact a bordo do Ramform Atlas, navio de pesquisa que está fazendo o mapeamento geológico marinho na região da Margem Equatorial.

“Somos em três e temos outros quatro integrantes na equipe que são os PAM’s (sigla em inglês para Passive Acoustic Monitoring ou Monitoramento Acústico Passivo). Além do Técnico Ambiental. Então somos em 07 ao todo da equipe Ambiental”, conta.

“No mar, temos a oportunidade de ver muitos animais, pôr do sol, arco íris e trabalhar com o que gostamos. Por outro lado, muitas vezes temos que nos habituar com um outro idioma, de tripulações estrangeiras, treinar a equipe sísmica para a operação seguir as diretrizes do Ibama”, explica.