No dia 26 de julho, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM) foi reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Para a bióloga Cristiane Figueiredo, chefe do Parque e analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o título, além de reconhecer a singularidade e beleza dos Lençóis Maranhenses, representa uma cobertura maior de proteção ambiental para a unidade.

“O Parque foi categorizado como patrimônio da humanidade com base em dois critérios principais: por ser um fenômeno geomorfológico natural de grandes proporções, único no mundo –que é justamente esse fenômeno que todos nós ficamos encantados, que é um campo de dunas que acumula a água da chuva e forma essa diversidade de lagos, lagoas e piscinas de diferentes tamanhos, formas e colorações – e por ser um lugar de beleza natural extraordinária”, explica Cristiane.

Ela destaca que, junto com o reconhecimento, a Unesco fez recomendações para a manutenção do título.

“A organização pede para aumentar a proteção do mar territorial, do mar do parque e dos seus limites, recomenda a regulação do fluxo de turistas, a redução da quantidade de veículos que trafegam sobre as dunas, bem como a determinação do número máximo de visitantes na região do parque, por meio da capacidade de carga turística, e a adoção do turismo sustentável”, enumera.

Uma outra recomendação tem relação com a infraestrutura e equipe técnica adequada para poder gerir o patrimônio da humanidade. “Uma unidade de conservação desse tamanho – o parque tem 155 mil hectares de extensão – precisa ter infraestrutura, ter equipamento e profissionais capacitados para poder gerir todo esse patrimônio”, observa.

Para a analista ambiental do ICMBio, o reconhecimento de um parque como patrimônio mundial é de grande importância por várias razões.

“Este título pertence ao parque, às comunidades que vivem nele e às pessoas que dependem do turismo do Parque, que é um lugar que merece um cuidado especial, merece uma gestão adequada”, afirma.

“Esse lugar lindo, maravilhoso, único em todo o mundo, pertence à população brasileira, mas, antes disso, pertence às pessoas que vivem e nasceram nos municípios de Primeira Cruz, de Santo Amaro, de Barreirinhas, ao povo do Maranhão, que tem todo mundo que se orgulhar muito”, acrescenta.

Cristiane acredita que o título pode promover o engajamento e a responsabilidade coletiva na preservação e valorização do Parque, beneficiando tanto a conservação ambiental quanto o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.

“O Parque é um lugar extraordinário e com uma beleza excepcional. É preciso cuidar adequadamente desse lugar para sempre, para as gerações futuras, para todo o mundo”, conclui.

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