TGS, Ibama e Instituto Bicho D’agua anunciaram, nesta sexta-feira (6/6), durante evento no município de Soure, na Ilha do Marajó, a criação do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará. O projeto foi concebido a partir da identificação, por parte do Ibama, da necessidade de sistematizar e otimizar os resgates de peixes-boi na região, cuja população já apresenta sinais de declínio.
De acordo com Renata Emin, bióloga e coordenadora do Instituto Bicho D’agua, atualmente o estado do Pará revela um panorama desafiador: um elevado número de peixes-boi resgatados e em processo de reabilitação estão sendo mantidos em recintos inadequados ou superlotados.
“Soma-se a isso a escassez de infraestrutura de apoio para a soltura dos animais já aptos para retornar à natureza “, explica.
Estão previstas, como iniciativas do Projeto, atividades que vão do resgate, estabilização e reabilitação à reintegração desses animais em seu habitat natural. Além disso, o projeto irá monitorar os peixes-boi após a soltura, visando avaliar sua adaptação e sucesso reprodutivo e realizar atividades de capacitação e educação ambiental.
“Ações de educação e conscientização são parte essencial do programa, buscando sensibilizar e engajar a sociedade na proteção dessas espécies”, destaca a bióloga.
O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Pará vai além do resgate e reabilitação. Ele também inclui o desenvolvimento de estudos aprofundados sobre o comportamento, a distribuição e a ocorrência de híbridos na região.
“Além de atuar de forma imediata na mitigação dos impactos sobre a espécie, o Projeto também se dedica a gerar conhecimento técnico-científico, impulsionar a educação ambiental e qualificar tanto profissionais quanto comunidades locais para a conservação eficaz e duradoura dos peixes-boi”, acrescenta João Correa, country manager da TGS no Brasil.
Serão realizadas ainda ações de educação e sensibilização ambiental direcionadas às comunidades locais, com foco especial nas escolas da Ilha de Marajó.
“O objetivo é fortalecer a conexão entre a população e a conservação da fauna aquática, incentivando o surgimento de uma nova geração de defensores ambientais”, destaca André Barbosa, do Ibama.
O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi concebido em aderência a um Programa mais amplo, desenvolvido pela superintendência do IBAMA no Pará. A TGS apoiará instituições locais com o aporte de recursos para a mobilização estruturas essenciais ao recebimento, estabilização, reabilitação e aclimatação dos peixes-boi, visando a soltura, dentre elas a Base de Estabilização de Fauna Aquática (BEFA) do Instituto Bicho d’Água (IBD) em Soure, Marajó/PA e o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática (CRFA) – Instituto Bicho d’Água (IBD) em Castanhal/PA.
“Este projeto inaugura, no âmbito da Superintendência do Ibama do Pará, uma gestão voltada à conservação e proteção da fauna silvestre nativa ameaçada de extinção e que aproximam entes de várias esferas governamentais e da sociedade civil que juntos em uma rede de apoio visam um objetivo comum, a proteção e conservação da fauna e flora amazônicas com envolvimento das comunidades tradicionais”, reforça Luiz Paulo Abarelli, diretor da Divisão Técnica do Ibama no Pará.
O Projeto de Conservação de Peixes-boi no Estado do Pará é uma condicionante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA para a pesquisa e levantamento de dados geológicos da TGS nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.