TGS, IBAMA e Instituto Bicho D’água lançaram, nesta sexta-feira (18/7), o Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará, iniciativa com foco na preservação desta espécie emblemática da fauna amazônica. O evento de lançamento aconteceu no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém.
O projeto foi concebido a partir da identificação, por parte do IBAMA, da necessidade de sistematizar e otimizar os resgates de peixes-boi na região, cuja população já apresenta sinais de declínio.

De acordo com Renata Emin, bióloga e presidente do Instituto Bicho D’água, atualmente o estado do Pará revela um panorama desafiador: um elevado número de peixes-boi resgatados e em processo de reabilitação estão sendo mantidos em recintos inadequados ou superlotados.
“Soma-se a isso a escassez de infraestrutura de apoio para a soltura dos animais já aptos para retornar à natureza”, explica a bióloga.
Estão previstas, como iniciativas do Projeto, atividades que vão do resgate, estabilização e reabilitação à reintegração desses animais em seu habitat natural. Além disso, o projeto irá monitorar os peixes-boi após a soltura, visando avaliar sua adaptação e sucesso reprodutivo e realizar atividades de capacitação e educação ambiental.
“Ações de educação e sensibilização são parte essencial do programa, buscando engajar a sociedade na proteção dessas espécies”, destaca Renata.
Durante o evento, foi apresentado o plano de ação já em andamento para a implantação do Recinto de Aclimatação em Ambiente Natural, no município de Soure, na Ilha do Marajó, além das estratégias de soltura e monitoramento dos animais. Construído em uma área de 500 m2, a unidade terá capacidade de atender até oito peixes-boi.

O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Pará vai além do resgate e reabilitação. Ele também inclui o desenvolvimento de estudos aprofundados sobre o comportamento, a distribuição e a ocorrência de híbridos na região.
“Além de atuar de forma imediata na mitigação dos impactos sobre a espécie, o Projeto também se dedica a gerar conhecimento técnico-científico, impulsionar a educação ambiental e qualificar tanto profissionais quanto comunidades locais para a conservação eficaz e duradoura dos peixes-boi”, acrescenta João Correa, country manager da TGS no Brasil.

Serão realizadas ainda ações de educação e sensibilização ambiental direcionadas às comunidades locais, com foco especial nas escolas da Ilha de Marajó.
“O objetivo é fortalecer a conexão entre a população e a conservação da fauna aquática, incentivando o surgimento de uma nova geração de defensores ambientais”, destaca André Favaretto Barbosa, analista ambiental do Serviço de Apoio ao Licenciamento Ambiental de Atividades de Pesquisa Sísmica Marítima do IBAMA.
O Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi concebido em aderência a um Programa mais amplo, desenvolvido pela superintendência do IBAMA no Pará. A TGS apoiará instituições locais com o aporte de recursos para a mobilização estruturas essenciais ao recebimento, estabilização, reabilitação e aclimatação dos peixes-boi, visando a soltura, dentre elas a Base de Estabilização de Fauna Aquática (BEFA) do Instituto Bicho D’água, em Soure, Marajó/PA e o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática (CREFA) – Instituto Bicho D’água (IBD) e Instituto de Medicina Veterinária (IMV), Universidade Federal do Pará (UFPA) em Castanhal/PA.

“Este projeto inaugura, no âmbito da Superintendência do IBAMA do Pará, uma gestão voltada à conservação e proteção da fauna silvestre nativa ameaçada de extinção e que aproximam entes de várias esferas governamentais e da sociedade civil que juntos em uma rede de apoio visam um objetivo comum, a proteção e conservação da fauna e flora amazônicas com envolvimento das comunidades tradicionais”, reforça Luiz Paulo Abarelli, diretor da Divisão Técnica do IBAMA no Pará.
O Projeto de Conservação de Peixes-boi no Estado do Pará foi elaborado a partir de uma condicionante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA para a pesquisa e levantamento de dados geológicos da TGS nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.