No sábado (30/11), pesquisadores do Iepa e Ifap realizaram uma campanha de sensibilização do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) com ribeirinhos, estudantes e professores do projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos no Instituto Educacional Amazônia Pará, situado às margens do rio Furo do Chagas, em Afuá-PA, no arquipélago do Marajó.
“A participação do PCMC nesse projeto será fundamental para fazermos uma troca de saberes e amarrar uma nova malha nessa rede de cuidados com o cetáceos”, disse o cientista ambiental Roginey Silva.
O encontro aconteceu durante o último módulo do ano do projeto Guardiões Ambientais Ribeirinhos, que acontece há mais de seis anos. Segundo o coordenador Benedito Alcântara, a iniciativa busca levar uma formação ambiental e ecológica integral para jovens moradores da região, contando com módulos, com temas específicos, que abordam a realidade com base nas próprias experiências cotidianas e saberes dos ribeirinhos.
“São jovens que, no dia-a-dia já são guardiões da floresta e, com a formação que o projeto oferece, eles se empoderam cada vez mais, com uma consciência bem maior de saber que eles estão cuidando da casa comum, do planeta Terra”, explicou o coordenador.
Alcântara também disse que o projeto recebe, em cada evento, integração com pessoas de fora do Amapá e Pará, como estudantes, pesquisadores, professores, entre outros, com o objetivo de conhecer projetos ambientais. No módulo realizado no último fim de semana, os alunos participaram da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, com duas palestrantes externas.
O projeto reúne moradores de diversas comunidades próximas do Rio Furo do Chagas. A aluna Clara Araújo, de 17 anos, conta que adorou aprender mais sobre peixes-boi, golfinhos, botos e baleias. Além disso, ela reiterou que a preservação dessas espécies deve ser uma prioridade para os ribeirinhos.
“Nós, ribeirinhos, ajudamos vocês como fiscais, porque esse é o nosso dever: é prestar atenção nessas espécies”, enfatizou a estudante.
Na edição, houve ainda a presença de participantes do projeto Guardiões Socioambientais da Escola Estadual Antônio Castro Monteiro, situada na zona sul de Macapá.
“Aprender sobre a metodologia, aprender como cuidar de um animal caso ele acabar encalhando […] Foi muito bom saber e conhecer a pesquisa”, relatou Iasmim Maciel, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental da E.E. Antônio Castro Monteiro.
Por fim, o coordenador Benedito Alcântara também celebrou a campanha de sensibilização do PCMC, e que projetos como este estão diretamente associados à missão dos Guardiões Ambientais Ribeirinhos e ao projeto desenvolvido na Escola Antônio Castro Monteiro.
“Faz com que os nossos guardiões que aqui vivem na Foz do Rio Amazonas, no seu dia-a-dia, eles possam realizar ações que tenham a ver com a pesquisa […] que depende dessa ação, desse olhar, de estar atento ao cotidiano”, detalhou Alcântara.
Sobre o PCMC
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos busca analisar encalhes de baleias, botos e golfinhos.
Para isso, estudam a bula timpânica: estrutura óssea no ouvido do animal que apresenta alterações quando este tem alguma interação com atividades sísmicas.
“Mesmo que o animal esteja morto, é importante que a gente seja acionado. Ainda que a bula timpânica esteja muito deteriorada, podemos identificar se a espécie é de água doce ou salgada, além disso pode nos ajudar em outros estudos”, explicou a bióloga Cláudia Silva.
A execução do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos é uma exigência estabelecida no processo de licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Disk Encalhe (WhatsApp)
(96) 99206-3344
(96) 99116-3712