Equipes do Iepa e Ifap devolveram ao mar uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) nesta terça-feira (21/1) após ter sido emalhada acidentalmente em rede de pesca na Praia do Goiabal, no município de Calçoene, no nordeste do Amapá.
A ação faz parte do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC), que monitora encalhes de animais na costa do Amapá e demais estados que compõem a Margem Equatorial brasileira.
A tartaruga foi encontrada na manhã da última segunda-feira (20/1). Ela tinha 44cm de comprimento do casco e 32cm de largura. O resgate foi solicitado pelos próprios pescadores, que mantiveram o animal em uma bacia com água até a chegada da equipe.
“Fui buscar os peixes 5h da manhã e ela tava lá engatada na rede, aí eu trouxe ela no balde “, conta o pescador identificado como Bicudinho.
O médico veterinário Luiz Sabioni, que participou do atendimento à tartaruga, alertou para os riscos de reintroduzir um animal ao mar sem o conhecimento adequado, sendo importante a presença de especialistas para garantir a sobrevivência do bicho.
“Temos que avaliar se está ferido, porque esse animal vai precisar passar por um tratamento antes de voltar, porque pode infeccionar […] A gente avalia o casco, também, se está muito sujo. Se o animal estiver muito parado, mal apresentar reações, pode ser um sinal de que não é o momento de reintroduzir ele”, explica Sabioni.
No entanto, o pescador prestou os primeiros socorros, e manteve a tartaruga-verde hidratada e abrigada da luz, em um recipiente com água.
A tartaruga foi devolvida ao oceano por volta das 5h da manhã desta terça-feira, durante a maré baixa. O cientista ambiental Roginey Silva explica que essa decisão busca evitar um novo emalhe.
“Neste momento, a maré está bastante seca, distante das redes de pesca. Isso diminui a possibilidade da tartaruga voltar a encalhar na praia ou se emalhar acidentalmente “, detalha Silva.


Sobre o PCMC
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) busca analisar encalhes de baleias, botos e golfinhos.
Em 2024, iniciou-se uma pesquisa sísmica entre as bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Ela é utilizada para detectar possíveis reservas de petróleo na região por meio da emissão de ondas sonoras no oceano.
O PCMC visa aferir se essa pesquisa tem relação com os encalhes, pois os cetáceos possuem um sistema auditivo complexo e fundamental para comunicação e orientação desses animais.
A execução do PCMC é uma exigência estabelecida no processo de licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
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