Equipado com tecnologia de ponta para aquisição de dados sísmicos, navio que faz a pesquisa na Margem Equatorial é um dos mais potentes de todos os tempos

O Porto do Itaqui, em São Luís, no Maranhão, recebeu nesta quarta-feira (22/10), o Ramform Titan, navio de alta tecnologia que faz a pesquisa geológica na Margem Equatorial brasileira, essencial para detectar a presença de petróleo e gás. A embarcação, que faz parte da frota da norueguesa TGS, é um dos navios sísmicos mais potentes de todos os tempos.
A pesquisa sísmica é o primeiro elo da cadeia de produção de óleo e gás. Através dela, as empresas conseguem “enxergar” as camadas do subsolo, como se fosse um raio-x, utilizando ondas sonoras para criar imagens detalhadas das formações geológicas. Essa técnica ajuda a identificar as prováveis localizações de reservatórios de petróleo ou gás, funcionando como uma ultrassonografia do subsolo que revela potenciais reservatórios.
O Ramform Titan já esteve em atividade no Brasil, antes da Margem Equatorial, realizando a pesquisa sísmica que resultou nos desenvolvimentos de campos do pré-sal [confirmar] nas bacias de Campos e Santos. Na Margem Equatorial, está desde fevereiro de 2025.

“A chegada desse navio é um marco importante na exploração da Margem Equatorial Brasileira. São cinco bacias, sendo que duas delas estão no Maranhão. É o primeiro passo de desenvolvimento para que a gente possa explorar o petróleo. Isso vai impulsionar a economia do nosso estado”, afirmou o governador Carlos Brandão, em evento que reuniu autoridades e executivos globais da TGS.
Para Oquerlina Costa, presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), o Porto do Itaqui, com sua localização estratégica e infraestrutura eficiente, está pronto para atender às demandas do setor de petróleo e gás.

“É a primeira vez que um navio de pesquisa sísmica atraca no Porto do Itaqui, demonstrando a capacidade do Porto de se adaptar e receber as operações de exploração e produção de petróleo que estão por vir na região “, afirmou.
O diretor-presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), Allan Kardec Duailibe, reforçou a importância da exploração na região.

“A grande fronteira exploratória está aqui, no Maranhão e nas regiões Norte e Nordeste. É aqui que reside a solução para a reposição de reservas de petróleo, para a autossuficiência e desenvolvimento econômico e social do Brasil nas próximas décadas”, afirmou.
Margem Equatorial é aposta global da TGS
Dona da maior biblioteca de dados sísmicos do mundo, a norueguesa TGS está entusiasmada com os prospectos e oportunidades que se encontram na Margem Equatorial e na costa do Maranhão:
“A aprovação ambiental para a Petrobras perfurar o poço de Morpho, na Bacia da Foz do Amazonas, é um passo significativo para o avanço da exploração nesta nova fronteira. O amadurecimento do processo de licenciamento abre portas para pesquisas que serão fundamentais para as tomadas de decisões das petroleiras no futuro. Para o Maranhão, que conta com duas bacias adjacentes, a Pará-Maranhão e Barreirinhas, isso ressalta a relevância do seu potencial offshore (em águas profundas)”, afirmou o vice-presidente global da TGS, David Hajovsky.
De acordo com o executivo, a TGS está atualmente conduzindo dois projetos significativos de aquisição de dados sísmicos 3D na Margem Equatorial: o PAMA Fase 2, no Pará, e o MegaBar, no Maranhão.
“Esses projetos visam expandir o conhecimento geológico da região, proporcionando informações valiosas para a futura exploração e produção de hidrocarbonetos”, afirmou João Correa, country manager da TGS no Brasil. “Através da tecnologia avançada de aquisição de dados, buscamos garantir a qualidade e a precisão nas análises”, explicou, acrescentando que é importante garantir, no âmbito político, a pesquisa e a exploração na região:
“O Maranhão tem o direito de conhecer suas reservas e, com base na ciência, decidir como usá-las. Esse é um direito irrevogável que o estado possui”, afirmou.
De acordo com o executivo, os dados coletados até agora na Margem Equatorial confirmam a existência de grandes estruturas com potencial para acumular hidrocarbonetos, similares em tamanho às encontradas na Guiana. Estimativas indicam um potencial de 20 bilhões a 30 bilhões de barris de petróleo na região.
Finalizado o levantamento na Margem Equatorial, o Ramform Titan segue para o sul do país, para realizar a pesquisa da TGS na Bacia de Pelotas.
Sobre o Ramform Titan
Com 104,2 metros de comprimento e 70 metros de largura, o Ramform Titan é um navio da classe T da frota da TGS. Equipado com tecnologia de ponta para aquisição de dados sísmicos, a embarcação foi projetada para realizar a aquisição de dados de forma otimizada, com maior produtividade e menor tempo de inatividade, capaz de operar em diferentes condições e em diversas áreas geográficas, aumentando a flexibilidade nas operações.
“Para além da alta qualidade das informações coletadas, o Ramform Titan é uma embarcação reconhecida internacionalmente pelas suas medidas de segurança rigorosas, e que segue padrões ambientais internacionais para minimizando o impacto ambiental das operações marítimas”, explicou Halvor Tveiten, diretor de operações da TGS.

